Diálogo
A tarefa de construir o bem comum necessita, acima de tudo, de diálogo. Dialogar qualifica a capacidade humana de se dirigir ao outro, nas diferenças e nos parâmetros racionais das oposições. Permite também estabelecer uma relação com entendimento claro e decisões acertadas. Trata-se de prática que não oferece espaço para o ódio, vinganças e o aproveitamento injusto de oportunidades para obter ganhos na contramão do bem comum. A ausência do diálogo na vida conjugal faz com que a distância aumente entre os cônjuges provocando, assim, os desajustes nos relacionamentos que entram em crise e acabam em separações.
Alguns princípios são fundamentais no diálogo:
- Saber ouvir – Quem não está disposto a ouvir não está apto para o diálogo.
Paciencia - Num só dia não se conseguirá a compreensão do cônjuge. Como tudo, na vida a dois se requer um longo aprendizado, uma permanente educação.
E toda educação descansa sobre a paciência. Sabemos que consiste, antes que nada, em repetição incansável, em incessante recomeçar. Assim ocorre entre marido e mulher. Às vezes, será necessário repetir durante toda uma vida a mesma observação, formular o mesmo pedido. Não significa que o outro tenha má vontade; acontece que simplesmente se esquece ou não logra criar o hábito, que só nasce com a repetição.
O importante, pois, é saber repetir com paciência que, ademais, é atributo de fortaleza. No caso da vida matrimonial, esta paciência é ainda mais importante, já que na maioria das vezes, estão em jogo somente detalhes. Mas estas pequenezes sem importância, ao multiplicar-se, tornam-se irritantes. A impaciência cresce e ameaça manifestar-se nos momentos de diálogo. E, é isso o que se deve evitar. A paciência dará ao diálogo um clima de calma, de serenidade, sem tensões e irritação.
- Saber falar – As palavras podem acionar o sentimento da outra pessoa. Quando isto acontece, haverá maior dificuldade para manter o diálogo.
Cuidado - Para que o diálogo conjugal seja um instrumento de aproximação, não se devem utilizar termos agressivos, pelo contrário, da forma mais simpática, agradável. De outra maneira, não poderão menos que defender-se e voltar a atacar. No momento em que os dois se encontram cara a cara para iniciar uma análise da situação conjugal, importa muito sentir-se amado.
Os atritos inevitáveis da vida em comum criam, ao multiplicar-se, uma antipatia reprimida que, cedo ou tarde, explodirá. Se, triunfa a antipatia sobre a simpatia, o clima do diálogo torna-se denso e chega a sufocar. E então as pessoas se fecham, se recolhem em si mesmas ou se irritam. A conversação torna-se então impossível, inútil. Em tais condições dá-se um estranho diálogo de surdos em que ninguém quer escutar a ninguém. Só a simpatia presente em cada momento, assegura um intercâmbio frutífero.
- Saber ceder – A concordância deve ser o objetivo do diálogo.
Humilde. A primeira qualidade do diálogo é a humildade. Não se deve dirigir ao outro envaidecido por sua própria perfeição, seguro do definitivo de suas razões. Não existe o cônjuge ideal, nem tampouco ninguém é dono de toda a verdade.
Semelhante atitude impossibilita o intercâmbio desde a origem. O perigo de todo diálogo conjugal é que, freqüentemente, torna-se uma acusação: tortura-se, ataca-se, acusa-se reciprocamente, e sai-se desta situação mais distanciado que nunca. Por isso é conveniente que os esposos, na hora de iniciar o diálogo, tenham a prudência de exercer a autocrítica. É algo básico. Há que ter um grande cuidado – na hora das recriminações, críticas, perguntas constrangedoras - para examinar-se e verificar até que ponto pode ele mesmo ser sujeito de censura.
Não é tão raro que um projete suas falhas e limitações no outro. Com uma atitude de humildade e autocrítica, a conversação se desenvolverá num clima de lucidez, calma e compreensão.
O importante não é manter a sua posição, mas encontrar a melhor opção para o casal. - Saber assumir decisões – A decisões dependem da responsabilidade.
• Faça de seu casamento uma prioridade
• Acentue o positivo
• Analise regularmente a relação
• Esteja junto
• Use a linguagem do amor
• Perdoe de alma e coração
- Saber buscar ajuda – A auto-suficiência causa destruição nos relacionamentos.
Conclusão:
Só o diálogo constrói entendimentos que levam à compreensão das mudanças e transformações necessárias.
O diálogo, longe de ser “conversa fiada”, fofoca, palavras trocadas pelo simples gosto de falar, é a construção de entendimentos que dão suporte para a criação e manutenção dos relacionamentos.