Submitted by Dr. Roberto Silva on Wed, 08/10/2022 - 00:54

Falar em reconciliação indica que algo aconteceu no relacionamento que fez com que a pessoa guardasse ressentimento.
Seja qual tenha sido o fato, deve a pessoa olhar para si e entender o que é possível fazer para acabar com este ressentimento. Neste caso, estou falando da vítima, aquela sendo ofendida.
É natural que a pessoa se sinta mal diante de uma ofensa, mas internalizar esta mágoa pode custar caro. Isto porque a mágoa internalizada abre uma ferida emocional queprecisará de um tratamento para chegar a cura. Sendo assim, quanto antes houver aliberação da mágoa, melhor será para a pessoa ofendida.
Pensar em reconciliação sem passar pelo caminho da liberação da mágoa é como passar verniz em uma madeira podre. A princípio pode até ficar bonita, mas logo irá manifestar o estado em que a madeira se encontra.
Muitos resistem a ideia de perdoar o ofensor porque pensam que ele é que será beneficiado ou que o ofendido estará fazendo o papel de bobo. Se pensarmos desta maneira, nunca haverá espaço para o perdão e a reconciliação, e o resultado disto é que as pessoas estarão cada vez mais amargas.
Partimos do princípio que o perdão beneficia a vítima e não o ofensor. Este ponto de entendimento faz com que a pessoa ofendida tire do seu interior todo “lixo” emocional que prejudica o seu bem-estar. Livre deste inconveniente é possível avaliar se a reconciliação é necessária ou não, tudo dependerá do vínculo existente. Se for um vínculo que possa ser quebrado, uma vez tendo perdoado, a pessoa não necessita se expor às novas ofensas, pois não há necessidade de manter o relacionamento. Porém, se o vínculo não pode ser quebrado como, por exemplo, o vínculo de sangue, a reconciliação torna-se necessária.
Cada um pode se proteger de novas ofensas a partir do entendimento de que a reconciliação deve acontecer no mesmo nível da confiança que se tenha na outra pessoa. Tudo dependerá de mudança de atitude e tempo para comprovar esta mudança. Isto é um processo que evitará novos conflitos e, novamente, a internalização das mágoas.
Quanto ao ofensor, é preciso que haja uma mudança de atitude para que os erros não se repitam. É um caminho que precisa ser feito, primeiro para o bem da própria pessoa e segundo para o bem-estar dos relacionamentos.
O caminho a ser percorrido passa pelo reconhecimento do erro; possível reparação a outra pessoa; pedido de perdão; assumir as consequências, se houver; liberar perdão para si mesmo; trabalhar a mudança de atitude para melhorar o comportamento.
A partir daí é possível que duas pessoas mantenham vigilância e possam reconstruir um relacionamento com segurança.
Pode parecer um caminho difícil, mas é totalmente viável. Tudo que buscamos é uma vida em paz. Isto tem três aspectos: primeiro – precisamos estar em paz com Deus; segundo – precisamos estar em paz conosco; terceiro – se possível, precisamos estar em paz com os que estão a nossa volta.
Faça a sua parte e acredite ser possível viver uma verdadeira reconciliação.